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20 dezembro, 2023

SINDIPEÇAS

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Em entrevista exclusiva à AB, Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, fala sobre os desafios que a eletromobilidade e novas tecnologias trazem para o setor

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Assim como toda as montadoras, as fabricantes de autopeças também têm desafios perante a transformação energética que bate à porta da indústria. O segmento se prepara para a eletromobilidade, ao mesmo tempo em que aposta em inovação, em combustíveis renováveis e na retomada da competitividade.

Um momento emblemático e desafiador da indústria que o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) conhece bem. Em entrevista exclusiva à Automotive Business, Cláudio Sahad fala do papel fundamental do setor nesta transição energética, das demandas necessárias para que a indústria brasileira possa ser competitiva globalmente e de como a entidade desempenha tal papel.

Você está no comando do Sindipeças quando a entidade completa 70 anos de existência. Como você caracteriza seu estilo como presidente? Tem sido um período de novas realizações?

Cláudio Sahad: Nas últimas décadas, a sucessão no Sindipeças tem ocorrido sem disputas. Meus dois últimos antecessores, Paulo Butori e Dan Ioschpe, integram o Conselho de Administração da entidade. Trabalhamos juntos, em processo de continuidade, privilegiando sempre as decisões em colegiado.

Como você encara o atual momento da indústria automobilística brasileira?

A indústria automotiva está em grande transformação. Aqui e no mundo todo, aliás. Por ser indústria de ponta, com muita tecnologia, está sempre em movimento, mas nunca de maneira tão veloz como atualmente. No Brasil, temos de lidar com as mudanças tecnológicas e com problemas macroeconômicos, que sufocam o mercado com muita frequência, infelizmente. Apesar disso, somos resilientes. Entendo que a diversidade de nossa matriz para produção de energia limpa é uma grande vantagem que o Brasil possui. Se tivermos políticas públicas para explorar adequadamente esse potencial, nossa indústria de transformação pode dar um salto de qualidade, ocupando lugar de maior protagonismo global.

E quanto ao setor de autopeças? Quais os principais desafios enfrentados?

Em linhas gerais, os desafios do setor de autopeças são os mesmos a serem enfrentados por todos os outros setores da economia. Cito alguns, “da porta da fábrica para fora”, como costumamos dizer: necessidade de reformas estruturais, como a tributária; redução do custo Brasil, falta de segurança jurídica e patrimonial; custo da burocracia; linhas de financiamento em condições inadequadas; e falta de eficiência na infraestrutura logística.

Como será o avanço em direção aos carros elétricos? O próximo passo serão os veículos híbridos? Qual será a velocidade dessas transformações?

Para que a migração para essas novas rotas tecnológicas seja feita de maneira justa, é fundamental que o regramento seja transparente e equânime. A previsibilidade e a igualdade de condições são indispensáveis para que os grandes investimentos, que já começam a ser feitos, ocorram também no Brasil. Quanto às autopeças destinadas a veículos elétricos, entendemos que a demanda interna só ocorrerá quando as montadoras começarem a fabricar tais veículos no Brasil, o que ainda não ocorreu. Somente a demanda efetiva irá movimentar a cadeia para a realização de investimentos.

O Brasil caminha para ser o quarto maior produtor de lítio do mundo. De que forma isso vai afetar nossa cadeia de produção?

Sem dúvidas, além do lítio, o Brasil tem muitas das matérias-primas para a produção de baterias, que devemos privilegiar, em vez de exportar os minerais como commodities. 

Como tem avançado o projeto Brasil Auto Parts nos esforços de internacionalização do setor de autopeças? Como tem funcionado a parceria com a Apex Brasil e quais são as principais atividades estruturadas?

O Brasil Auto Parts (BAP), nossa bem-sucedida parceria com a Apex-Brasil, tem mostrado ao mundo a qualidade das autopeças brasileiras e tornado possível, principalmente a nossas PMES, a participação em feiras internacionais a custos viáveis. E mais, trazemos ao Brasil importantes importadores de mercados indicados pelas próprias empresas participantes do projeto, para encontros de negócios e visitas a fábricas, no chamado Projeto Comprador, uma das ações do BAP.

Alguns números do BAP em 2023 em cinco feiras internacionais

Negócios realizados:  cerca de US$ 6,4 milhões

Expectativa de negócios nos doze meses seguintes ao evento: US$ 22,5 milhões

2.622 contatos comerciais realizados

Rodada de negócios no Brasil (Projeto Comprador)

14 compradores internacionais de 9 países

86 fabricantes brasileiros

Negócios realizados: US$ 3,0 milhões

Expectativa de negócios nos doze meses seguintes ao evento: US$ 11,8 milhões

576 reuniões realizadas

16 visitas às fabricas brasileiras

Confira a notícia completa em:

https://www.automotivebusiness.com.br/pt/posts/setor-automotivo/diversidade-matriz-energetica-trunfo-transicao-cadeia-automotiva/

Por: automotivebusiness.com.br em Notícias Amalcaburio

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