Brasil será plataforma de exportação da Iveco

A Iveco vai fazer do Brasil e da Argentina a base de exportação de veículos pesados com motores com tecnologia abaixo do Euro 6. Segundo o presidente da Iveco para a América Latina, Marcio Querichelli, a estratégia visa alcançar mercados como o africano, cujas regras de descarbonização são mais brandas. 

“O projeto de exportação da Iveco começou há três anos e já crescemos em volume mais de sete vezes. Neste ano devemos embarcar duas mil unidades e a nossa expectativa é exportar cinco mil caminhões e ônibus por ano em até cinco anos”, disse o executivo. 

Atualmente, a Iveco atua nos mercados do Chile, Peru, Uruguai, Paraguai, Equador e América Central. “O nosso projeto é fazer das fábricas de Sete Lagoas (MG) e Córdoba (Argentina) base de exportação para esses mercados e para o continente africano. Há muitas oportunidades na África.”

O executivo disse que não será necessário investimentos em uma linha de produção específica para os modelos com tecnologia mais antiga. “Hoje, operamos em dois turnos na fábrica de Sete Lagoas e estamos dimensionando a montagem de acordo com a demanda.”

Segundo ele, dos investimentos programados para 2022 a 2025, de R$ 1 bilhão, a companhia já aportou R$ 600 milhões em novos produtos, adequação da fábrica de Sete Lagoas, inovação e ampliação da rede de concessionários. 

Novo Finame para destravar o mercado

Querichelli ressaltou que neste ano o mercado de caminhões deve fechar entre 100 mil e 110 mil unidades, uma queda de cerca de 30%. No entanto, de acordo com o executivo, a Iveco está ganhando participação e deve deter 10% do volume comercializado. 

“Em junho, conseguimos 13% de mercado, foi a melhor participação da história da companhia no Brasil. Hoje, as vendas de caminhões estão travadas, mas somos otimistas e esperamos um 2024 muito melhor”, disse. 

Entretanto, Querichelli ressaltou que para melhorar as vendas de veículos pesados no Brasil é necessário um novo “Finame”, uma linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com condições de financiamento mais propícias. 

“A Medida Provisória que concede descontos na compra de caminhões e ônibus é muito mais importante para a questão ambiental do que para alavancar as vendas. O que pode ajudar o mercado é uma taxa Selic de um dígito”, disse. 

O Banco Central iniciou o ciclo de queda dos juros e, na última reunião, reduziu a taxa em 0,50 ponto percentual, passando para 13,25% ao ano. Segundo o Boletim Focus, expectativa é de que a Selic termine o ano em 11,75% e em 2024, 9%.

Daily elétrica chega ao mercado até o fim do ano

O presidente da Iveco disse, ainda, que o primeiro lote de 20 unidades do utilitário elétrico da montadora, o Daily Elétrico, chegará ao mercado brasileiro ao final do ano. 

“Vamos fazer testes com parceiros para analisarmos o comportamento do veículo no país. É o primeiro passo para as vendas no mercado brasileiro e a sua nacionalização”, afirmou o executivo. 

Ele acrescentou que a Iveco tem soluções específicas para cada mercado e deve participar das licitações para a venda de ônibus elétricos no país. “Estamos avaliando todos os cenários possíveis, inclusive do processo na cidade de São Paulo”, disse. 

A capital paulista deve renovar a frota de ônibus urbanos e 2,6 mil unidades devem ser de veículos elétricos. 

Por: automotivebusiness.com.br - Notícias Amalcaburio

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